Bartolomeu Dias, o Navegador

Bartolomeu Dias, o navegador português que no reinado do D. João II, transformou as Tormentas em Boa Esperança e derrotou o Adamastor, é a fonte de inspiração que determinou e denominou a esquadra Portuguesa que irá disputar o próximo campeonato do Mundo de Futebol na África do Sul. Os Navegadores.

Não deixa de ser uma fantástica coincidência que seja respectivamente em Port Elizabeth (1488) e a Cidade do Cabo(1486) que se irão realizar os primeiro jogos da selecção Nacional. Estes são dois dos locais que melhor simbolizam a influência de Portugal no Mundo na época áurea dos descobrimentos marítimos.

A presença de Portugal no primeiro campeonato do Mundo de Futebol que se realiza no continente Africano é também um regresso ao Sul e a muitos dos valores que definem a nossa verdadeira identidade. Somos quase sempre mais felizes e autênticos quando nos orientamos a Sul.  

Quinhentos e vinte e dois anos depois, as nossas tormentas “desportivas” são assustadoras e equivalentes às provenientes da bravura do mar, e dantes como agora, temos a força dos nossos sonhos como horizonte e também os nossos Velhos do Restelo.

Neste Mundial teremos ainda uma outra e importante força mobilizadora. A inevitável comparação entre a campanha dos Magriços (a Selecção Nacional com o melhor resultado em Mundiais) e a composição do nosso grupo. Dantes como agora tínhamos e temos um dos melhores jogadores do Mundo, Eusébio e Ronaldo. Defrontámos o Brasil e ganhámos e quem se pode esquecer da imortal vitória sobre a Coreia do Norte, por 5-3, quando ao intervalo perdíamos por 0-3!!!. Não teremos a Hungria de Puskas, mas, contamos com a alegre, poderosa e veloz Costa do Marfim, de Drogba.

Como em todas as epopeias a aventura prossegue e para poder “continuar a viagem até às Índias” teremos pela frente, muito provavelmente, a mais poderosa selecção do Mundo da actualidade, a nossa arqui-rival, Espanha! E depois logo se verá….que termine com glória este novo encontro com a História. Em 1966 a glória eternizou-se no rosto em lágrimas do Eusébio.

Poderá esta analogia com a vida real ajudar-nos a ultrapassar as imensas dificuldades que temos pela frente? 

Por  Nuno Cabanas

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