O Projecto Biodiversidade – Actuar para Preservar segue em bom ritmo a sua transposição do papel para o terreno. No passado dia vinte de Fevereiro realizou-se mais um das acções nele contempladas, a actividade “Salvar a Boga portuguesa”, desenvolvida em parceria com o ICNB – Parque Natural de Sintra Cascais e a Câmara Municipal de Sintra. As actividades deste projecto visam, no geral, a divulgação do riquíssimo património natural integrado no Parque Natural de Sintra Cascais, bem como fomentar o espírito de cidadania activa, na resolução dos problemas ambientais aí existentes. Neste caso particular, pretendia-se contribuir para a recuperação do habitat de uma espécie endémica, ou seja apenas existente numa região confinada – a Boga portuguesa. A Boga portuguesa habita nos ribeiros situados entre a região Oeste e o estuário do Sado e tem vindo a registar nos últimos tempos um decréscimo das suas populações, devido à redução dos caudais dos ribeiros onde habita bem como à sua contaminação por parte dos efluentes neles lançados.

 Com a actividade “Salvar a Boga portuguesa” os alunos da E B 2 3 de Colares contribuíram para a recuperação da Ribeira da Samarra, nomeadamente na remoção de espécies vegetais infestantes, que se desenvolvem nas margens desta ribeira e que contribuem para a diminuição do caudal da mesma, em particular durante a época estival. Foi também realizada a recuperação da galeria ripícola, através da plantação de espécies arbóreas como o Salgueiro ou o Freixo, típicas da região. Em simultâneo, foram também aplicadas soluções de bio-engenharia, para estabilizar os troços marginais e criar zonas de abrigo para a reprodução dos peixes, sobre os quais se plantaram plantas aquáticas como o junco e o lirio-aquático. Estas espécies são de importância extrema para as comunidades aquáticas, constituindo áreas de reprodução e abrigo, além de cumprirem uma função essencial na melhoria da qualidade da água, pela sua capacidade de retenção e depuração da matéria orgânica proveniente de efluentes poluidores.

 Mas mais do que as características técnicas da intervenção importa analisar a forma como a comunidade educativa sentiu a actividade. Importa aferir se a sementinha da consciência ecológica ficou bem plantada na mente de cada um dos nossos alunos, pais e professores, porque essa sim será a semente que originará o mais apetitoso de todos os frutos, uma nova geração verdadeiramente “verde” – eco-consciente, eco-participativa, eco-responsável. No blog do Eco Escolas podem encontrar os relatos e as fotografias dos bravos heróis que fizeram desta experiência uma actividade seguramente inesquecível.

Obrigado a todos pela vossa participação.

Por  Nuno Meia-Onça

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