Protecção de Crianças e Jovens – Sessão de Sensibilização

Dia 29 de Março, às 15.00h, na escola EB 2.3 de Colares, realizou-se uma sessão de sensibilização sobre a importância da sinalização dos alunos para a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco. Estiveram presentes, a convite da Direcção, a Dr.ª Teresa Vilas, presidente da Comissão de Sintra, a Dr.ª Andreia Martins e o Dr. Luís Cacela, técnicos da respectiva Comissão. A sessão destinou-se a professores do 1º ciclo e a educadores de infância e contou ainda com a presença de dois membros da Direcção. O conhecimento da dinâmica da própria comissão, o fluxograma das sinalizações e a exposição de muitas e variadas situações, permitiu incrementar significativamente a sensibilidade dos presentes para a importância da sinalização. Uma das principais dificuldades que temos como professores e educadores, é compreender a importância da sinalização das diferentes situações, muitas vezes constatadas na nossa prática diária, para a CPCJR. Esta indecisão advém muitas vezes da falsa perspectiva de que a sinalização quebra os laços de confiança entre os pais e a escola ou que é possível superar alguns problemas com o diálogo. Esta visão é brutalmente arrasada perante os factos. Mais de 90% das crianças são maltratadas pelos pais, mães, avós e familiares muito próximos, exactamente os mesmos com quem muitas vezes achamos que podemos dialogar. Não defendo a existência de uma relação de desconfiança permanente, considero simplesmente, que caso tenhamos conhecimento de situações ou indícios de que as crianças estão em sofrimento ou desprotegidas, devemos cumprir o nosso dever profissional. Os direitos das crianças são um valor inalienável. As situações de maus tratos não são apanágio de meninos pobres, é algo que se difunde em todos os estratos sociais, não é também característica dos maus alunos, afecta também os outros. A nossa lealdade deve estar absolutamente centrada nas crianças e, nesta perspectiva, sinalizar não é julgar é aumentar as suas possibilidades de serem devidamente protegidas.

Por  Nuno Cabanas

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