“O que eu mais gostei, na Colónia de Férias, foi de poder fazer as actividades divertidas, mas o melhor foi fazê-las com os meus amigos”. Esta foi a opinião de uma das crianças que participou da Colónia de Férias do Agrupamento de Escolas de Colares, que teve início no dia 27 de junho e terminou no dia 22 de julho.

Durante as quatro semanas, as crianças vivenciaram actividades desportivas, radicais e culturais, como por exemplo: caminhada até a Praia Grande, jogos, escalada, rappel, orientação, tiro com arco, paintball, surf e visita a museus. As actividades foram coordenadas pelo professor David Matos, que contou com a colaboração dos monitores/professores António , Cristina Correia, João Matos, Kátia Souza e Octávio.

Ao planificar as actividades, pensou-se nas características das crianças envolvidas, considerando as suas reais necessidades. A partir dos 5 anos, elas precisam vivenciar situações em que estejam em grupo, actuando em equipa, conhecendo o mundo que as cerca, exercitar sua independência e autonomia, realizar actividade física, dentro da medida certa para sua idade, compreender normas e valores, aumentar o círculo de amizades.

As crianças realizaram as actividades manifestando alegria e interesse. Elas avaliaram as actividades e classificaram o surf, os jogos na piscina, o arborismo e o “slid”, como as suas actividades preferidas. Até a comida  foi lembrada, ao parar para pensar sobre “uma das coisas que mais gostou de vivenciar”.

Os professores avaliaram a Colónia como uma experiência muito interessante e consideram que, mesmo sendo uma experiência que exige muita atenção, devido à responsabilidade, é um momento em que a “educação” não tira férias! É gratificante perceber o entusiasmo e a superação dos desafios por parte das crianças e nelas se centrava a atenção dos responsáveis, mesmo nos momentos mais “informais” e “livres” – o modo como utilizam os talheres, as preferências por algum tipo de alimento, envolvimento nas atividades, respeito para com os colegas, reação às frustrações, entre outras.

As intervenções dos adultos eram sempre no sentido de levar a criança  a responsabilizar-se pelos seus actos, desenvolvendo a responsabilidade, o sentido de justiça e o respeito pelas regras de convívio grupal.

Diante das atitudes e reações das crianças, os educadores agiram com firmeza e coerência com as normas de convivio de grupo. Na colónia, assim como noutras actividades em que as crianças estão expostas à interação em equipa, fora do âmbito do seu espaço privado, no seu lar, as regras são diferentes. Sabemos que, em algumas famílias, tudo gira em torno da criança; ao contrário dos espaços colectivos, em que as regras, para além de organizarem o tempo e os espaços, em que as crianças estão a vivenciar as actividades planificadas, proporcionam-lhes um universo diferente da sua casa. Este aspecto, por mais simples que pareça, é fundamental, pois a criança começa a perceber que precisa estar atenta à diferença de postura que deve ter num espaço privado e num espaço público, colectivo. Esta referência amplia o reportório da criança e torna-se uma necessidade importante para sua vida.

No ano que vem, estaremos mais uma vez juntos, pois há solicitações antecipadas por parte de alguns pais, que avaliaram a colónia como uma actividade enriquecedora para os filhos, além de agradar às crianças. “ É pena que, no ano que vem, já não tenha idade para participar…” lamenta uma criança que fará 13 anos nesta semana.

Por   Kátia Silene Fernandes de Souza

Classificado em: 1º Ciclo, 2º Ciclo, Atividades