António Mega Ferreira

      foto_antonio_mega_ferreia             

         Há livros que nos prendem desde as primeiras páginas, porque é como se tivessem sido escritos para nós. Não é que o mundo não tenha direito a conhecê-los; apenas, enquanto os lemos, o resto do mundo deixa de existir para nós.

Frequentou o Liceu Normal de Pedro Nunes e licenciou-se em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Estudou Comunicação Social, na Universidade de Manchester.

Estreou-se no jornalismo em 1968, como redator do Comércio do Funchal, passando posteriormente por diversos órgãos da imprensa escrita, com destaque para o Jornal Novo, o Expresso, O Jornal, o Jornal de Letras (de que foi chefe de redação), o Expresso, o Diário Económico, o Diário de Notícias, o Independente e o Público, marcando presença também  nas revistas Visão e Egoísta.

Foi chefe de redação da RTP2 e, entre 1986 e 1988, foi diretor editorial da sociedade Círculo de Leitores, tendo criado as revistas LER e Oceanos.

Integrou a Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimentos, tendo dirigido a candidatura de Lisboa à Exposição Mundial de 1998, de que foi comissário executivo.

Dirigiu a representação de Portugal na Feira do Livro de Frankfurt, em 1997.

Foi presidente do Conselho de Administração da Parque Expo, de 1999 a 2002 e presidente do Conselho de Administração da Fundação Centro Cultural de Belém entre 2006 e 2012.

Com cerca de três dezenas de títulos publicados, entre ficção, poesia, ensaio e crónica, revelou-se como ficcionista, em 1985, com o romance O Heliventilador de Resende, a que se seguiu um livro de poemas, Os Princípios do Fim (1992) e posteriormente Os Nomes da Europa (1994). Em 2002, recebeu o Grande Prémio Camilo Castelo Branco pela recolha de contos A expressão dos afectos.

É atualmente Diretor Executivo da Orquestra Metropolitana.

A 9 de Junho de 1998 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo.

 

Consulte aqui a bibliografia.

 

O Tempo Que Nos Cabe (Ainda)

É dentro da cabeça,
lá dentro,
que o tempo nos consome
e nos faz falta.
Não há chuva morna
nem sol
que nos aqueça, quando
nos falta o sopro,
a luz, a cega fé que nos mantém
despertos, quando
por fora, o corpo
já anuncia a noite
mais profunda.
Por isso,
é dentro da cabeça,
cá dentro,
para lá dos céus,
antes que o mar termine,
nesta imensa confusão
de meridianos
que nos dói e nos deslumbra,
que se aloja o segredo
indecifrável:
a cor, o som, a luz
que nos conforta,
neste intensamente breve
instante
que é o tempo que nos cabe.

 

Leia aqui outros poemas do escritor.

 

MJLeite

Enviar