Ara Romana

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Ara dedicada a Júpiter | Peça do Mês de Julho

 

Fragmento epigrafado de ara romana (actualmente reconstituída), de calcário, dedicada a Júpiter, pai dos deuses. Foi descoberta na Granja dos Serrões, Sintra, em 1960. Apesar de a linha superior do texto estar hoje quase totalmente obliterada, os vestígios subsistentes de alguns dos respectivos caracteres confirmam que o nome do dedicante é seguramente o de Lucius Iulius Maelo Caudicus, que por volta dos 30 anos de idade foi sacerdote de Augusto no Município Olisiponense. Esta figura de elevado estatuto social é conhecida a partir de outra inscrição da região, a da fonte de Armês, obra de utilidade pública que mandou fazer às suas custas.

A inscrição, exarada nos inícios do séc. I d.C. – quando Lucius Iulius ainda era um jovem –, destinar-se-ia a ser colocada num templo em que era cultuado o deus supremo do panteão romano. Tal templo situar-se-ia porém não em ambiente urbano, mas sim no território fundiário pertencente à villa da família de Caudicus. José Cardim Ribeiro apresenta a seguinte proposta de leitura:

[L(ucius)] IVLI[VS . MAE]/LO . CAVDICV[S] / IOVI . V(otum) . S(oluit) . A(nimo) . L(ibens) .

Lucius Iulius Maelo Caudicus, a Júpiter, cumpriu o voto de livre vontade.

Note-se que o dedicante é um indivíduo que, apesar dos seus praenomen e gentilício latinos, apresenta dois cognomina indígenas. O que demonstra a plena romanização e ascensão político-social de antigas famílias hispânicas na ciuitas de Olisipo, agora, nos alvores da Romanidade.

Está em exposição no Museu.

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Marta Ribeiro

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