Museu da Assembleia da República

PEÇA DO MÊS | MAQUETA PARA A ESTÁTUA DA REPÚBLICA

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Maqueta para a estátua da República, António Augusto da Costa Mota (sobrinho), 1916, estafe, inv. n.º MAR 67.

Maqueta para a Estátua da República, personificada no feminino e em idade jovem, representada de corpo inteiro, de frente e em contraposto, com barrete frígio (acessório atribuído à Liberdade desde o século XVIII, por confusão com o barrete piléu), toga clássica, clâmide e a Bandeira Nacional envolvendo a cintura e as pernas. Apoia a mão esquerda sobre o Escudo de Armas português e ergue uma tocha acesa na mão direita (elemento que em 1836 foi adjudicado por Auguste Dumont ao Génio da Liberdade francesa, e em 1886 por Frédéric Auguste Bartholdi à alegoria da Liberdade franco-americana, funcionando como símbolo da Luz prometeica e dos sentidos herméticos nela expressos, com os quais o autor da maqueta portuguesa estaria familiarizado, em virtude da sua colaboração na empreitada decorativa do Restaurante Abadia, no Palácio Foz). A figura insere-se num nicho arquitetónico que recria o espaço a ocupar pela obra final.

Concebida por Costa Mota, sobrinho, esta maqueta ficou classificada em terceiro lugar na segunda edição do concurso para a Estátua da República destinada ao Hemiciclo, da qual saiu vencedora a proposta de Anjos Teixeira. A imagem referencia- se no modelo francês criado por Gustave Michel, no ano de 1890 (em Jonzac) e replicado em 1894 (em Châtellerault) e em 1904 (em Lorient), divergindo quase somente na lateralidade (sendo nisso mais próxima da última versão), na abolição da espada e na adaptação das insígnias. O posicionamento do corpo, a envolvência do drapeado e a elevação do braço já haviam inspirado o autor para a maqueta que submetera à primeira edição do concurso (da qual não houve vencedor e onde Costa Mota fora agraciado com o segundo prémio), deixando óbvia a confiança que a boa classificação lhe transmitira.
Esta obra marcará presença na exposição comemorativa do primeiro centenário do concurso aberto pela Comissão Administrativa do Congresso da República, a inaugurar em finais de outubro no Palácio de São Bento.

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