Mário Castrim

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Mário Castrim, pseudónimo de Manuel Nunes da Fonseca, trabalhou no jornal Diário de Lisboa, até ao seu encerramento, criando, em 1963, o Diário de Lisboa Juvenil. Foi colaborador do semanário Tal & Qual e tinha participação regular no Avante!, tendo enriquecido o jornal, praticamente até ao fim da vida, com os seus poemas.

Desenvolveu imensa atividade na imprensa e na rádio (deixou obra significativa no campo do teatro radiofónico para crianças), marcando presença em conferências, palestras e congressos. Foi membro do júri para o Prémio Europeu de Televisão.

Escreveu livros infantis e juvenis, com destaque para «Histórias com Juízo», «Estas são as Letras», «As Mil e Uma Noites», «A Moeda do Sol», a série «As aventuras da girafa Gira Gira», «O Cavalo do Lenço Amarelo é Perigoso», «A Caminho de Fátima», «O Caso da Rua Jau» e «Váril, o Herói»; com as peças de teatro «Com os Fantasmas não se Brinca» e «Contar e Cardar». É também autor das obras «Televisão e Censura», «Histórias da Televisão Portuguesa» e de dois livros de poesia, «Nome de Flor» e «Viagens».

Privilegiou o contacto permanente com as crianças das escolas de todo o país e com os professores intervindo sobre temas de literatura e televisão.

Aquando da sua morte, o Avante! destacou-o como “figura da vida cívica e cultural do País e militante comunista com muitas décadas de corajosa e coerente intervenção que deu um valioso contributo, enquanto crítico de televisão, escritor e intelectual, para a formação democrática e humanista de muitas gerações”, tendo o Sindicato dos Jornalistas considerado MC «uma referência histórica do género e exemplo a considerar por sucessivas gerações de críticos que  ficará na nossa memória como homem culto e lúcido, cidadão comprometido com o seu tempo e fiel às suas convicções».

Era casado com a também escritora e jornalista Alice Vieira e pai da jornalista e escritora Catarina Fonseca e de André Fonseca, professor universitário.

 

Consulte aqui a bibliografia.

 

Lágrimas, não. Lágrimas, não. A sério –

Enfim, não digo que. É natural.

Mas pronto. Adeus, prazer em conhecer-vos .

Filhos, sejamos práticos, sadios.

 

Nada de flores. Rigorosamente.

Nem as velas, está bem? Se as acenderem

Sou homem para me levantar e vir

soprá-las, e cantar os «parabéns».

 

Não falem baixo: é tarde para segredos.

Conversem, mas de modo que eu também

oiça, e melhor a grande noite passe.

 

Peço pouco na hora desprendida:

Fique eu em vós apenas como se

Tudo não fosse mais que um sonho bom.

 

último poema de Mário Castrim, escrito uma semana antes do seu falecimento

 

Leia aqui outros poemas do autor.

 

MJLeite

 

Um comentário para “Mário Castrim”

  1. Obrigada, Maria José, por todos os momentos tão enriquecedores que me proporcionaste com esta rubrica.

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