Impressionismo

“Os bêbados”, de José Malhoa.
Impressionismo, Fauvismo, Futurismo, Cubismo, Neoplasticismo, Simbolismo, Expressionismo, Suprematismo, Dadaísmo, Surrealismo, Raionismo, Construtivismo, Realismo, Modernismo e outros “ismos”(*) são nomes que os historiadores e os críticos de arte criaram e “tratam por tu”, que “assustam” os muitos que nada sabem deste domínio da criatividade humana (e a Escola nada nos ensinou nestas matérias), mas que podem ser perfeitamente explicados por palavras que todos entendem.
Todos eles designam movimentos artísticos onde, de modo menos ou mais subjetivo se têm “arrumado” as obras de um sem número de artistas. Todos eles saíram de um movimento mais abrangente, conhecido por Modernismo, afirmado no 3º quartel do século XIX e bem desenvolvido na primeira metade do século XX, numa atitude intelectual de oposição e recusa face aos padrões antigos e que fez escola não só nas artes plásticas, como na literatura, no teatro, na música e na dança,
Comecemos então pelo Impressionismo, tido como a primeira revolução nas artes plásticas desde a Renascença. Nascido em Paris, em 1872, com a apresentação de um quadro a óleo de Claude Monet, cujo título, “Impression, soleil levant”, deu o nome a este importante movimento com expressão significativa no terceiro quartel de século XIX e primeiro do XX.
A recusa à tradição que transparece no Impressionismo faz dele um dos primeiros movimentos (correntes, escolas ou estilos) a incluir no âmbito do Modernismo. De início mais interessados no trabalho realizado ao ar livre, do que nos “ateliers”, os impressionistas pioneiros defendiam que o que era dominante na perceção dos objetos era a luz que refletiam, demonstrando nos seus trabalhos que a cor mudava em função das horas do dia e do estado do tempo.
Virando costas à estética própria do Academismo e às temáticas ditas nobres, também se distanciaram do Realismo, rejeitando a reprodução fotográfica ou fiel da realidade, figuravam sem contornos precisos, dando primazia aos contrastes de luz e cores. Para eles, o que se lhes deparava à vista, o objeto, a paisagem, a pessoa, era motivo para conceber e realizar obra de arte.
Entre os impressionistas pioneiros destacaram-se os franceses Claude Monet (1840-1926), Edouard Manet (1832-1883), Pierre-August Renoir (1941-1919), Paul Cézanne (1839-1906), Edgar Degas (1834-1917) e Paul Gauguin (1848-1903), Camille Pissarro (1830-1903), demasiado conhecidos
Este importante movimento teve reflexos na europa e nas américas, nomeadamente, nos EUA, onde floresceu, e no Brasil, valendo a pena recordar Eliseu Visconti (1866-1944) e a sua magnífica obra “Moça no Trigal” (1916)
Em Portugal aproximaram-se do respetivo estilo, José Malhoa (1857-1933), Henrique Pousão (1859-1884) e Aurélia de Souza (1866-1922).
A. M. Galopim de Carvalho
(*) – N. do E.: Ver aqui definições sucintas dos outros “Ismos”

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