Os Heróis do Holocausto

No dia 25 de março de 2019, entre as 10.30 e as 12.00, a Escola Básica Integrada de Colares contou com a visita do Senhor Embaixador de Israel, Raphael Gamzou, acompanhado pela sua Assessora de Imprensa, Diana Kadosh.

A visita foi enquadrada no trabalho realizado pelos alunos da turma B do oitavo ano, com o tema “Heróis do Holocausto”, no âmbito do estudo da obra “Diário de Anne Frank” na disciplina de Português, que culminou na realização de uma homenagem às vítimas e àqueles que, com risco da sua vida, tudo fizeram para salvar o maior número de pessoas possível.

A cerimónia de homenagem teve a audiência dos alunos das turmas A, B e D do nono ano, orientadas pela professora de História Dulce Mariano e realizou-se sob a excelente liderança do Coordenador da Escola, professor Nuno Cabanas, com o inestimável apoio técnico e criativo do Assessor de Coordenação, professor João Trigo.

A homenagem foi enaltecida, não só pelas palavras sábias dos intervenientes como também pela apresentação de um comovente slideshow, elaborado pelo Assessor de Coordenação, professor João Trigo, que ilustrou o contraste entre os horrores do Shoah e aqueles que, durante o genocídio, conseguiram manter viva a luz da esperança.

A aluna Sara Afonso procedeu à apresentação do Senhor Embaixador de Israel, enaltecendo o seu impressionante curriculum vitae. Seguiu-se a leitura, pelo aluno Rodrigo Ferreira, de um excerto da obra Diário de Anne Frank, correspondente ao dia 15 de julho de 1944, em que a autora se refere ao impacto da guerra sobre os jovens, terminando com uma mensagem de bondade e de esperança, em que reafirma, apesar de tudo, a sua fé na Humanidade.

Então, após a visualização do slideshare da autoria do professor João Trigo, os alunos Sara Afonso e Lourenço Pimenta apresentaram a biografia de Irena Sendler, um dos maiores exemplos de coragem e abnegação durante a ocupação nazi, que, com o seu esforço e sacrifício salvou duas mil e quinhentas crianças.

Seguiu-se a apresentação pelo aluno António Pedro Gonçalves da biografia de Aristides de Sousa Mendes, herói português que protagonizou a “desobediência justa”, emitindo vistos que salvaram cerca de trinta mil pessoas. Os alunos Guilherme Angélica e Rúben de Sousa apresentaram Oskar Schindler, um herói alemão que protegeu mil e duzentos judeus. O doutor Janusz Korkzac, nascido Henryk Goldzmit, que se recusou a abandonar os seus cento e noventa e quatro órfãos e acabou por falecer no Campo de Extermínio de Treblinka, foi apresentado pelos alunos Ricardo Bejinariu e Rodrigo Brandão.

E a heroína da Resistência Francesa Nancy Wake, que acompanhou centenas de refugiados judeus e de soldados aliados, no segredo da noite francesa, em direção à salvação, foi apresentada pelas alunas Joana Alves e Maria Ernesto. Muitos mais exemplos se seguiriam – muitos mais exemplos que merecem a mesma dignidade e honra e cuja memória não pode mergulhar no esquecimento – não fosse a exiguidade do tempo de que dispúnhamos. Assim, os alunos Joana Vilela e Rafael Magno estavam preparados para apresentar o exemplo de Albert Goering, um herói alemão que enfrentou a sua família e o poder vigente para se colocar, ostensiva e desafiadoramente, ao lado dos judeus que estavam a ser vilipendiados e agredidos, e salvou, com a sua influência, muitos judeus e praticantes de outros credos censurados na Alemanha Nazi. E, por fim, os alunos Rodrigo Ferreira e Francisco Patrocínio defenderiam a honra de Juan Pujol Garcia, um catalão brilhante que, a partir de Portugal, sem recurso à tecnologia, criou uma rede de espionagem fictícia e uma estratégia que desbaratou a defesa alemã perante o desembarque na Normandia no dia D, permitindo a vitória decisiva das forças aliadas.

No final, o Senhor Embaixador de Israel agraciou os presentes com uma comovente mensagem de Paz, em que destacou o facto de esta situação ter acontecido há tão pouco tempo na História da Humanidade e, no entanto, haver o risco de a sua memória se perder; algo que temos a responsabilidade de não deixar acontecer. Referiu-se, como exemplo, à intolerância contra os muçulmanos e citou o repulsivo atentado ocorrido na Nova Zelândia no dia 15 de março, em que perderam a vida cinquenta pessoas. A mensagem que deixou, não só aos jovens como aos adultos presentes, reforçou que se deve amar o próximo, não apesar da sua diferença mas justamente porque é diferente. Apelou à consciência, referindo que não podemos ser bystanders, ou seja, ficar indiferentes, quando vemos uma agressão, uma injustiça, uma atrocidade acontecer; temos de ser intervenientes e agir para impedir.

O Senhor Embaixador de Israel deixou um especial agradecimento ao Coordenador da Escola, professor Nuno Cabanas, ao Assessor de Coordenação, professor João Trigo e à professora Sílvia Weber, pelo convite, pelo maravilhoso acolhimento e pelo trabalho desenvolvido com os alunos em homenagem às vítimas e aos heróis, e a todos os presentes, pela simpatia e cordialidade como foi recebido. Manifestou, ainda, o seu apreço por esta escola, pela forma como promove e defende os valores e ideais da Humanidade.

Ao Senhor Embaixador de Israel, deixamos o nosso especial agradecimento pela forma como prontamente cancelou compromissos para comparecer nesta homenagem, pela presença simples e afável que demonstrou e, sobretudo, por aquela mensagem de Paz e Solidariedade entre as nações que não vamos esquecer e pelo exemplo de grandeza que deixou aos alunos.

A professora e alunos do 8º B

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