Cerimónia de Entrega dos Diplomas de Mérito Académico realizada a 18/11/2009

O início da Cerimónia de Entrega dos Diplomas esteve a cargo da subdirectora do Agrupamento da Escolas de Colares, Ana Bernardo, a quem, em nome da Direcção, e por ser responsável pela área de alunos, competiu dirigir uma mensagem de boas vindas aos homenageados, aos seus familiares e demais presentes. Seguidamente procedeu-se à entrega dos diplomas e, a encerrar com chave de ouro esta cerimónia, a mensagem do Director do Agrupamento.

Aqui ficam as duas mensagens:

“Boa tarde a todos. Em nome da Direcção, apresento as boas vindas e agradeço a V. presença nesta cerimónia de reconhecimento académico dos nossos alunos, que se realiza anualmente, e que é a cerimónia mais emblemática do agrupamento. Gostaria de saudar muito particularmente,

Os Meninos homenageados, que nos enchem de orgulho,

Os Pais, a quem apresento os meus parabéns,

Os Directores de Turma,

Os membros do Conselho Geral,

Os membros da Conselho Pedagógico,

Os Professores,

Os Funcionários,

As Associações de Pais,

Os Representantes da Comunidade, nomeadamente o Sr. Presidente da Junta de Freguesia e os agentes da Escola Segura.

Regra geral, costumo falar de improviso. Mas como a ocasião é formal e impõe uma mensagem que encerre um significado maior, decidi escrevê-la para que o improviso não desvirtue o que verdadeiramente gostaria de dizer. Por isso, passarei a ler:

“É pois com grande orgulho e satisfação que a Escola vai hoje reconhecer publicamente o mérito académico dos alunos que se destacaram no ano lectivo transacto, em todos os graus de ensino. De acordo com o regulamento, os 39 alunos que vamos hoje homenagear atingiram a brilhante média de, pelo menos, 4,5 pontos e satisfaz bastante a todas as áreas não disciplinares. Mas também queria saudar e agradecer a todos os outros bons alunos do agrupamento que, pese embora não tenham atingido esta média, trabalharam com empenho e brio, mostrando uma qualidade que é merecedora do nosso reconhecimento. “A boa educação é como uma moeda de ouro, pois em todo o lado ela tem valor” disse o Padre António Vieira. E essa boa Educação começa na Família. Por isso, dirijo-me com grande satisfação aos orgulhosos pais hoje aqui presentes. Regra Geral, os bons alunos são aqueles que têm o enquadramento das suas famílias; de famílias que lhes imprimem objectivos elevados; que reconhecem a importância da Educação no percurso de vida dos seus filhos; que lhes transmitem valores e princípios de vida fundamentais como o esforço, o trabalho, o mérito, a perseverança, a lealdade e a honra. Os bons alunos são aqueles que encontram a sua própria motivação interior; que sentem curiosidade intelectual em saber mais; que procuram construir um pensamento autónomo e crítico. São estas as capacidades fundamentais para poderem assumir as suas responsabilidades cívicas futuras e assim contribuir para o Bem Comum da sociedade. Uma escola de qualidade só se constrói com bons alunos: trabalhadores, empenhados no cumprimento dos seus deveres, curiosos. Com alunos que nos desafiem a ir mais longe. Também são eles que deixam a sua marca na escola e na memória dos seus professores. E, finalmente, são eles também que determinam o posicionamento da sua escola nos rankings nacionais. Mas, acima de tudo, e talvez o mais importante, os bons alunos têm a obrigação moral de serem boas pessoas: generosas, solidárias, leais, disponíveis para os outros. Ao longo da minha carreira tenho procurado transmitir aos meus alunos, em especial aos meus bons alunos, o mesmo lema que me foi legado e que, desde cedo, adoptei como meu: “que aprendam a pensar pela sua própria cabeça e a sentir com o seu próprio coração”. Socorrendo-me das palavras de um homem de carácter que muito aprecio – Fernando de Mascarenhas – termino esta saudação inicial com uma mensagem que considero inspiradora para vós:

“[…]Nada aceitem definitivamente como verdadeiro sem o fazerem passar pelo crivo do vosso juízo crítico; mas mesmo depois de o terem feito, deixem sempre uma margem de dúvida em reserva. (…) Quem não pensa criticamente, não pensa; macaqueia o pensamento alheio, não vê senão pelos olhos dos outros e só ouve o que os outros ouvem. E pensar criticamente é pensar autonomamente. É pensar por si próprio. Mas isto não significa esquecer os outros. (…) Por isso pensem, mas enriqueçam o vosso próprio pensamento escutando o pensamento alheio, ouvindo o que os outros têm a dizer. (…) Aceitem provisoriamente as opiniões alheias, ao menos como ponto de partida da reflexão. Até porque, mesmo um pensamento imperfeito tem muitas vezes coisas aproveitáveis e razões, melhores ou piores que o fundamentam. (…) Oiçam, oiçam sempre, oiçam até não poder mais, mesmo aqueles que vos pareça terem pouco para dizer. Mas não se percam no ouvir. Oiçam, pensem e, depois,  decidam por vós, sempre.” (1)

A entrega dos diplomas foi feita pelo Sr. Director do Agrupamento, Nuno Cabanas, pela Sra. Directora-Adjunta, Paula Subtil, pela Sra. Coordenadora do 1º ciclo, Rosinda Cabanas, pela Sra. Coordenadora dos Directores de Turma, Paula Pinto, e pelas Sras. Directoras de Turma. Todos os homenageados mereceram forte aplauso da assistência. No final, competiu ao Director do Agrupamento encerrar a cerimónia proferindo o seguinte discurso:

“Gostava antes de tudo de agradecer a todos aqueles que contribuíram para a organização desta sentida e singela cerimónia que é um dos momentos mais simbólico da vida do Agrupamento.

Como Director e após o excelente texto da Dr.ª Ana Bernardo, compete-me encerrar esta cerimónia e, sem querer alongar-me demasiado, queria deixar apenas um pequena mensagem aos diferentes protagonistas do processo educativo.

Pensei, numa pequena mensagem a cada um desses personagens, muito embora, não as encare como exclusivas, no fundo, são pequenas reflexões que me ajudam a construir o meu próprio Eu.

Para professores e funcionários e a propósito de alguns valores que devemos defender. Como seja, o esforço e o empenho, a fiabilidade, aqui como, sinónimo de trabalho constante e diário.  

 Escolhi,

        Bertold Brecht

Há homens que lutam um dia, e são bons;
Há outros que lutam um ano, e são melhores;
Há aqueles que lutam muitos anos, e são muito bons;
Porém há os que lutam toda a vida
Estes são os imprescindíveis.

Tentemos ser, portanto, imprescindíveis….

Em relação aos alunos parece-me importante relembrar outros dois grandes valores humanos que devem nortear a nossas vidas: A autenticidade e paixão pelas coisas simples.

Escolhi,

       Fernando Pessoa

Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago a lua toda
Brilha, porque alta vive.

Por fim, para os pais e encarregados de educação e a propósito da “vida toda inteira” vos relembro e nunca é demais pensar nisto: Mesmo que os nossos filhos atinjam bons resultados académicos ou o sucesso, é preciso acompanhar o Homem. Os estudos não são tudo, as vezes nem a vida é tudo…….

Antes de terminar, aproveito a ocasião para vos desejar umas boas festas e um feliz Natal e, faço um último apelo, principalmente aos alunos: Não sejam demasiado consumistas, isso pouco nos acrescenta.”

[1] – in Fernando Mascarenhas (2003). Sermão ao meu Sucessor. Lisboa: ed. Dom Quixote. pp. 18-21 (citação encurtada e adaptada)

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