Tudo começou numa normal aula de Ciências Naturais quando a professora Carla Garbin nos propôs um novo desafio: Participar na conferência nacional “Vamos cuidar de Portugal”, cujo objectivo consistia em encontrar soluções para as alterações climáticas vividas no país/planeta. Para participar neste encontro, a realizar nos dias 12 e 13 de Abril, um longo caminho teve de ser percorrido. Em primeiro lugar, numa quarta-feira à tarde, diferentes alunos do oitavo ano que aceitaram o desafio, em conjunto com os professores de ciências da escola, debateram os inúmeros problemas que põem em risco a sobrevivência do Parque Natural Sintra Cascais (PNSC) e de toda a riqueza que caracteriza a nossa região. Depois deste levantamento, os alunos propuseram um conjunto de acções com vista à resolução dos problemas detectados. Estas acções constituíram a pedra de lançamento da nossa escola no projecto, e foram enviadas, na forma de poster, à DGIDC. Falta dizer que esse poster foi realizado pelo professor José Maria, ao qual estaremos para sempre gratos. Ainda nessa tarde, tivemos de encontrar os dois representantes da escola para a conferência nacional. A nossa surpresa foi quando os professores nos disseram que tínhamos de ser nós (alunos presentes) a escolhermos os nossos colegas. Mas, mais uma vez, rapidamente encontrámos a solução que menos magoaria os presentes – os rapazes escolherem as raparigas e vice-versa. Foi assim que surgimos  NÓS.

Passados aproximadamente dois meses, finalmente chegou o tão esperado dia. No dia 12 de Abril de 2010, às nove da manhã, lá estávamos nós no carro do professor Nuno Cabanas, a caminho do Seminário da Torre d’Águilha. A apenas poucos metros do local, constatamos que estávamos perdidos e, por isso, recorreremos à ajuda de uma senhora local. Como a ajuda de nada nos valeu e, como o tempo nestes momentos passa a cem à hora, o professor Nuno Cabanas lembrou-se de telefonar ao professor Nuno Meia-Onça que, rapidamente, nos salvou da nossa aflição.

Já no interior das instalações e muito bem instalados assistimos à cerimónia de abertura, que pessoalmente achamos um bocado “secante”, realizada pelos diferentes membros da organização do evento. Após uma pausa para restabelecermos as nossa reservas energéticas,  fomos à procura da sala onde iríamos realizar o worhshop. Isto porque as vinte e quatro escolas estavam divididas por quatro temas: Terra, Ar, Água e Energia. O nosso workshop, cujo tema era a água pretendia-se que, numa fase inicial apresentássemos o projecto da nossa escola e, em segundo, apresentássemos um trabalho realizado de forma colaborativa com outros alunos da sala. Foi nesse workshop que fizemos as primeiras amizades com os representantes da escola E.B 2,3 Comendador Ângelo Azevedo, o Mário e a Carolina, com quem trabalhamos em conjunto para encontrar uma responsabilidade e três acções que permitissem “Preservar a água como um bem essencial à vida”. Foi depois da apresentação dos cartazes realizados pelos três grupos de trabalho que ocorreu o primeiro momento de votação, sem qualquer intervenção por parte dos professores. Nós, em conjunto com os nossos amigos (por coincidência), fomos seleccionados para representar a sala Água no dia seguinte.

Depois do jantar, antes de irmos para casa descansar, tivemos uma pequena reunião com algumas das escolas eleitas e com os membros da organização com o objectivo de planificar o nosso trabalho para a manhã de terça-feira. Claro que, aproveitamos para conhecer e fazer mais alguns amigos.

Depois de uma noite atribulada, pois a ansiedade era muita, lá estávamos nós às 8h30 da manhã novamente no Seminário. Nervosíssimos para fazer as apresentações daquele dia, que consistiam, a primeira em defendermos a nossa sala resumindo os 3 cartazes realizados e depois fazermos um pequeno discurso, uma espécie campanha eleitoral, onde explicaríamos a todos os presentes as razões que fazem de nós os candidatos perfeitos para representar Portugal em Brasília.

Na primeira apresentação estávamos muito nervosos pois fomos os primeiros, mas conseguimos fazer uma apresentação razoável, em que sempre que faltava a palavra a um, o outro finaliza a ideia. Depois de todos os semi-finalistas terem apresentado os seus cartazes e após um momento de pausa para reflexão, os alunos presentes votaram nas melhores responsabilidades que, viriam a constituir a futura “Carta das Responsabilidade” dos alunos portuguesas em Brasília.

De seguida fizemos um último discurso para convencermos os nossos colegas a votarem em nós, ou melhor, no animal que nos representava, neste caso uma foca. Seguiu-se então a votação, que foram momentos de grande angústia. No final da votação fomos almoçar, enquanto decorriam as contagens dos votos. Apesar da comida ser excelente, devido a todo o nervosismo, nem vontade tínhamos de comer. Entramos, de seguida novamente no auditório à espera dos resultados. Foram anunciados os grandes vencedores que iriam de dia 3 a 10 de Junho a Brasília representar Portugal. Para muita ansiedade nossa, fomos os últimos a ser apresentados (apesar de termos sido a segunda escola com mais votos). Não queríamos acreditar, nunca imaginámos que ouvir pronunciar “ Escola E. B 2, 3 de Colares”pudesse gerar tanta alegria e felicidade. A professora Carla Garbin e o professor Nuno Meia-Onça rapidamente se juntaram a nós no palco. Os pulos de alegria, os sorrisos, os abraços e satisfação pela vitória de mais uma batalha vencida fizeram-nos sentir que, ainda é na escola que podemos viver situações que mudam a nossa maneira de ser e de estar na vida e no planeta.

Depois disto, ainda sem assimilar convenientemente a ideia de que estamos de partida tivemos, juntamente com os restantes seis alunos vencedores, de ir imediatamente realizar a “Carta de Responsabilidades” para apresentar em Brasília na conferência “Vamos cuidar do planeta”. Apesar de termos tido pouco mais de uma hora e meia para a realizarmos ficou um trabalho excelente, em que professores, membros da DGIDC, nomeadamente a Dr. Raquel Mota trabalharam sem parar. Depois desse trabalho, voltamos para o auditório principal para apresentar, por um lado, o nosso projecto escolar aos Senhores Secretários de Estado da Educação e do Ambiente, e por outro, em conjunto com os outros finalistas apresentarmos a carta de responsabilidades de Portugal. Apesar de tantas emoções vividas nesse dia, ainda conseguimos cantar uma música que animará a nossa apresentação em Brasília!

Após todas essas apresentações fomos lanchar e aproveitar para nos despedir de alguns amigos e professores. Posto isto e completamente estafados lá voltamos para casa com o professor Nuno Cabanas.

Muito obrigado pela experiência:

Bernardo Carvalho e Maria Firmino.

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