Foi a primeira vez… uma noite tão cheia de emoções, com concerto, entrega de diplomas, um jantar e um baile… tudo dentro da Escola da Sarrazola! Foi um grande sucesso e espero que tenha ficado como memória de “uma noite especial”, para os alunos que vão deixar o ninho da Sarrazola e vão continuar a caminhada, cada um nas suas próprias pernas com os ensinamentos e experiências da Escola da Sarrazola na mochila.

Para recordar, aqui fica o discurso do Director do Agrupamento, Prof. Nuno Cabanas:

“Exmos. Professores, funcionários, encarregados de educação e respectivas famílias, queridos alunos.

Hoje é um dia feliz!

É um momento de celebração para alunos, pais, professores e funcionários. É também um tempo de despedida. Um ciclo terminou. É um tempo de esperança. O futuro é hoje e outros desafios virão.

Esta cerimónia é o resultado da dedicação da comissão de estudantes, de muitos pais e da direcção (Dr.ª Ana Bernardo e Dr.ª Paula Subtil). A todos vós e em nome de todos os presentes, um muito obrigado!   

Terão sido certamente 5 anos de muitas alegrias e também algumas tristezas, mas tenho a esperança que levem convosco muita saudade.

Este grupo de alunos é para mim muito especial. Quando com 10 aninhos entraram na escola, também eu iniciava as minhas funções como Presidente do Conselho Executivo.

Em algum sentido crescemos, portanto, juntos.

A determinação com que trabalhámos ao longo deste percurso na busca incessante de tentar fazer, sempre, melhor, permite-me ter confiança, na bagagem académica e cívica que transportam.

Depois da magnífica actuação da banda dos Bombeiros Voluntários de Colares e antes da merecida entrega dos diplomas, queria dedicar-vos quatro mensagens especialmente para pensadas para vós.  

1.O final do 9ºano é simultaneamente o início de uma das fases mais decisivas das vossas vidas.

É a partir de agora que as primeiras grandes opções serão feitas e a este propósito recordo-vos:

Dickens, Charles

“Um adulto é a pessoa que quiser ser, independentemente, da infância que teve”.

Cresçam a olhar para o futuro, não arranjem desculpas, enfrentem os problemas com coragem e elevação.

2. A democracia participativa está longe de ser um modelo de perfeição. Actualmente, pelo mediatismo crescente de alguns, estamos mais condicionados na estruturação da nossa opinião do que julgamos.

Fujam da História única. Os estereótipos são histórias incompletas. Procurem os opostos, questionem, incomodem, distingam os factos da opinião e só depois ajuízem.

No dia hoje, gostava de relembrar, José Saramago. Um indiscutível Património da Língua Portuguesa.

Com a vossa idade descobri José Saramago no livro O ano da morte de Ricardo Reis – Um livro sobre a escrita Pessoana e Lisboa. Um livro único e de qualidade em qualquer parte do mundo. Lavantado do Chão e o Memorial do Convento são livros que não devem perder. Leiam e tirem as vossas conclusões.

3. Quanto vale o passado na construção do futuro?

 “A renovação implica uma coerência com o nosso passado e deve ter uma distância segura à pressão ideológica de uma modernidade efémera”. Bento XVI

É esta a forma de resistir à vertigem do “now”. É desta forma que podemos definir a direcção certa. É esta consistência que nos permite valorizar os nossos antepassados. A renovação faz-se pela coerência com o passado e esta dir-nos-á muito daquilo que seremos no futuro.

 4. A esperança.

 Nunca percam a esperança e esta alimenta-se de sonhos. A utopia é o maior dos nossos sonhos, o verdadeiro elixir da juventude. E nesta perspectiva está ao alcance de todos.

Mas afinal o que é a utopia? E para que serve se nunca a alcançamos?

Se olharmos o mar podemos definir a linha do horizonte como sendo a utopia. Se nos tentamos aproximar, ela fugirá. Então para que serve a utopia? Para continuar a caminhar, a caminhar …

Adeus e voltem sempre que o vosso coração sentir saudades.”

Por    Jacqueline Abecassis  (Pres. da ASPES-Associação de Pais e Encarregados de Educação da Sarrazola)

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