República! República! – I

Foi muito animada a comemoração do 1º Centenário da República Portuguesa na comunidade escolar/educativa de Colares. 

Uma festa preparada e partilhada por todos, desde as crianças dos Jardins-de-Infância (que construiram um lindo bolo de parabéns à República), aos colegas do 1º, 2º e 3º ciclos, respectivos educadores/professores, pessoal não docente,  parceiros da comunidade… merece ser contada em episódios. 

A nossa equipa de redacção está a reunir opiniões e imagens, que irão sendo publicadas.

Neste “1º Episódio”, divulgamos a opinião do Senhor Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Dr. Marco de Almeida, em entrevista realizada pelo Manuel Afonso, empenhado reporter do Chão de Areia.

Recordamos ainda a mensagem deixada pelo Director do Agrupamento:

“Senhor Vice-presidente da CMSintra e vereador da Educação e do Ambiente, Dr. Marco Almeida.

 Senhora representante da área educativa de Sintra-Mafra, em representação do ME, Dr.ª Cátia Domingues

 Senhoras e senhores representantes das muitas entidades que constituem a rede social de apoio a esta comunidade educativa,

 Senhoras e senhores funcionários,

Senhoras e senhores professores,

Senhoras e senhores encarregados de educação,

Queridos alunos

Convidados,

 
Há 100 anos, foi proclamada a instauração da República.

Portugal vivia um tempo de esperança. A República representava o sonho de um Portugal melhor e mais justo. 

Nos nossos dias, é também com esperança, com sonho e com ambição que devemos assinalar o Centenário da República.

O 5 de Outubro tem de ser uma fonte de inspiração e de mobilização para todos.

Vivemos tempos difíceis, tempos demasiado difíceis. Todos o sabem, porque vivem essas dificuldades no seu dia-a-dia.

Muitas são as famílias em extremas dificuldades. 

São visíveis novas formas de pobreza e exclusão social e, em paralelo, emergem chocantes disparidades de rendimentos.

A realidade impõe-se com brutalidade, não há forma de a sublimar.

Na escola são por demais visíveis estes dramas sociais e são palpáveis as dificuldades.

Mas com inicialmente referi, é com esperança, sonho e ambição que se enfrentam estas agruras.

Muitos outros momentos difíceis foram ultrapassados nestes últimos 100 anos.

Este é o tempo em que todos aqueles que servem as instituições da República, devem fazer prova do seu real valor e da sua visão de futuro.   

A todos os nossos parceiros e são muitos os que estão hoje aqui presentes, apelo que reforcemos as nossas sinergias e que continuem a acreditar na escola.

Todos juntos estaremos mais habilitados para superar as dificuldades e a prestar um melhor serviço à comunidade.

A todos estes parceiros e a todos vós, quero aproveitar para reafirmar que o nosso único propósito é servir o melhor que sabemos e podemos.

Um dos mais emblemáticos ideais Republicamos é construir uma Escola Pública de qualidade, acessível para todos. Uma Escola Pública de qualidade, para todos, significa que a escola deve ser um importante factor de mobilidade social.

E isso significa, criar condições de APRENDIZAGEM, que, independentemente da condição social e económica das famílias e dos alunos, permita que TODOS possam ter um ensino de qualidade.

É, portanto nesta perspectiva, de Escola como factor de Mobilidade Social que definimos e ambicionamos ser uma escola pública, cada vez mais exigente, rigorosa, de elevados resultados escolares aliados a uma forte formação cultural e cívica.

Este sonho Republicano implica existência de um clima de escola condizente com o valor do trabalho, do esforço e do empenho. Só assim será possível atenuar as diferenças iniciais e formar cidadãos bem preparados para interpretar a realidade.

Exige-se que os alunos compreendam que na escola existem espaços de lazer e espaços de ensino/aprendizagem.

Nas salas de aula é preciso atenção, concentração, empenho, trabalho.

Dentro dos edifícios é preciso circular com serenidade.

E nos campos de jogos, nos montes, e em redor dos edifícios é possível brincar, pular, rir, correr, saltar, jogar.   

Foi a pensar neste sonho da República, que definimos que a prioridade das prioridades é erradicar de forma eficaz a indisciplina dentro e fora das salas de aulas.

Temos capacidade para isso! – e já o mostrámos ao longo da nossa História, de que legitimamente nos orgulhamos. 

No passado, acreditámos em nós próprios, não nos resignámos e chegámos longe.

Todos temos responsabilidades.

É a pensar em vós, alunos deste agrupamento, que devemos ver na República um modelo inspirador e um estímulo para agir. 

Dêem valor à Vossa escola, estimando-a. Não a sujando e não a degradando.

Ajudem a concretizar um outro e mais recente ideal republicano – A defesa do meio ambiente – e a necessidade de apostarmos num desenvolvimento sustentado.

Vivemos num Parque Natural e numa região que é património Mundial da Humanidade. Esta é uma das nossas maiores riquezas e é na escola que se deve começar por dar o exemplo.

Um grande objectivo deste ano lectivo será acabar com o lixo no chão.

Em especial para os alunos: seremos capazes disso? 

A nossa comunidade educativa pode ser o que quisermos. Possuímos todas as condições para termos um futuro melhor.

É certo que há muito a fazer pela qualidade dos serviços.

Mas não é menos certo que temos legítimos motivos de orgulho no caminho que percorremos até agora.

As potencialidades existem. Temos que saber aproveitá-las.

Sejamos realistas: ainda há muito por fazer, mas com esforço e trabalho seremos capazes.

Não se deixem vencer pelo pessimismo ou pelo desânimo.

Acredito numa República melhor, Acredito numa escola melhor, porque acredito em todos vós.

Acredito na República Portuguesa e orgulho-me de ser o Director deste Agrupamento.

Viva Sintra!

Viva Colares!

Obrigado.”

 

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