Apeteceu-me escrever…
Passagem além de mim
Colo no Tempo fragmentos por onde vagueei.
Das pedras, a luz se vai surpreendendo, e delas adivinho sinais
Por onde sem qualquer rumo trilhei…
Num sopro abafo a nuvem que teima encobrir a Luz do sol. Rasgo sem dó os céus desventrando toda a sua essência, bebendo-a num trago.
Ainda Vivo.
Sinto que as cores, os brilhos desses outros lugares de sempre já não vibram em mim como dantes no reflexo mais puro de serem, são agora só visões fugazes tão pouco nítidas.
Esse…
clarão forte que tanto gozo de bom foi deixando nestes meus olhos
fere fundo, agora no espaço perdido do espírito.
Mas,
Quando me apercebo que o desordenado que agora me incita não é o que me embala e que o sopro que me prende, não alivia mesmo nada,
Então,
Subo sem pressas nem vagares ao topo dum enorme Alto e daí na visão bruta de todo um instante, agora bem concreto em mim sou obrigado a Gritar,
Basta! Quero simplesmente Ser
Depois,
No ressoar ecoado desse brado, bruto, de animal aturdido, mergulho na réstia agreste que ainda persiste em mim, olhando-me, vendo-me na projecção destes filtros límpidos que ainda conseguem ver,
Simplesmente, digo,
BASTA!
Mesmo!
N.Montenegro.
Classificado em: Apeteceu-me escrever..., Biblioteca Escolar
Ainda não!!!
Numa luta entre palavras,
Fiz tremenda confusão,
Pus as palavras cruzadas,
Entre o sim e o não.
Pus a palavra sincero,
Para acabar com o segredo,
Pus a palavra coragem,
Para acabar com o medo.
E pus diversas palavras,
Escrevi frio e calor,
Escritas no problema,
Estavam o odio e o amor.
E muitas outras haviam,
Como prisão e liberdade,
Mas vi a luta mais fria,
Entre a mentira e a verdade.
Fiquei muito pensativa,
Para descobrir solução,
Foi então que pus na luta,
Falsidade e razão.
E a luta entre palavras,
Nunca terá um final,
Pois haverá sempre luta,
Entre o bem e o mal.