Palestra na EBI de Colares
No próximo dia 2 de maio, teremos o prazer e o orgulho de recebermos na nossa escola o Dr. António Moncada de Sousa Mendes, neto de Aristides Sousa Mendes, que foi um diplomata português ao serviço do Estado Novo. Durante a II Guerra Mundial, Aristides de Sousa Mendes, desempenhando as funções de cônsul em Bordéus, desobedeceu às ordens de Salazar ao salvar mais de 30 000 vidas da perseguição nazi. Este gesto de coragem, humanidade e determinação afastou-o da carreira diplomática e de qualquer atividade profissional, sendo ostracizado pelos seus pares, familiares e amigos. Os filhos foram perseguidos e, não podendo encontrar trabalho em Portugal, foram obrigados a emigrar. Aristides de Sousa Mendes acabou por morrer na miséria. No entanto foi reconhecido por Yehuda Bauer, professor de Estudos do Holocausto no Avraham Harman Institute of Contemporary Jewry na Universidade Hebraica de Jerusalém : “Talvez a maior ação de salvamento feita por uma só pessoa durante o holocausto” e por Yad Vashem, (“Autoridade de Recordação dos Mártires e Heróis do Holocausto”) a 18 de outubro de 1966, como Justo entre as Nações. Aqui ficam alguns testemunhos que nos dão motivo para nos orgulharmos deste nosso Herói Português.
Testemunhos retirados do livro : O cônsul Desobediente – autora: Sónia Louro:
“ O Senhor é para Portugal a melhor das propagandas, é uma honra para a sua pátria.
Todos aqueles que o conheceram louvam a sua coragem, o seu grande coração, o seu espírito cavalheiresco, e acrescentam: se os portugueses se parecem com o Cônsul Mendes, são um povo de cavalheiros e de heróis”.
Extrato da carta de uma refugiada salva por Aristides de Sousa Mendes
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“Reconheço como um ato de Deus que um homem como este estivesse no lugar certo à hora certa”.
Carta dirigida à organização israelita para a recordação do Holocausto
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“ Tenho agora 75 anos, sou professor jubilado do MIT. Estou casado há 50 anos com uma mulher maravilhosa, sou pai de dois filhos pelos quais sinto uma grande alegria e orgulho.
Tive uma vida rica. Se não fosse pela ação de Sousa Mendes, eu teria provavelmente morrido de forma horrível num campo de concentração antes dos 17 anos de idade”
Carta de um refugiado que recebeu um visto em 1940
Célia Prata
Classificado em: Palestras
É bom que estas personagens nunca sejam esquecidas…para que as novas gerações tenham conhecimento do grande feito deste Homem. Se houvesse muitos assim, viveríamos sem duvida num mundo melhor.
Há vários anos (anos 90), a então Escola C+S da Sarrazola recebeu um familiar de Aristides de Sousa Mendes. Fê-lo com a mesma intenção de sensibilizar os jovens alunos de então para uma Vida e uma Personalidade que pôs o sentido do Dever e uma ideia muito clara do valor da Fraternidade, da Solidariedade e da Generosidade para com o seu semelhante à frente do bem estar próprio e dos seus próximos. Pagou o preço imposto pelos homens do seu tempo, mas salvou milhares de vidas que se multiplicaram em outros milhares. Deixo aqui a minha insignificante homenagem a um Homem que admiro e faço votos de que a sua casa em Cabanas de Viriato seja finalmente restaurada e posta ao serviço da Memória – que o esquecimento é inimigo da Liberdade.
Luísa Figueiredo