Como Se Fez – 15: Ao Alcance das Mãos
Só é possível captar uma fotografia assim, se estivermos relativamente perto da Lua, no espaço, e alguém levantar as mãos junto a uma janela (…ou se a Lua for uma bola atirada ao ar, neste caso é possível fazer a foto com os pés assentes na Terra). Captar na mesma imagem a Lua na sua órbita, com o detalhe que se vê e as mãos de uma pessoa que esteja na Terra é quase impossível devido às limitações das lentes.
A maioria das teleobjetivas não tem esta profundidade de campo, seria possível captar a imagem da Lua, mas as mãos ficariam sempre desfocadas. As grandes angulares permitem focar todos os elementos que aqui aparecem, mas ficam demasiado pequenos na imagem, precisamente porque o ângulo é grande e, portanto, cobre uma área grande.
Trata-se então de uma montagem, vejamos como foi feita. Primeiro fotografei as mãos. Como queria o fundo negro, fiz a foto de noite apontando para fora de uma janela aberta, para que o fundo distante ficasse preto. Assim foi porque a luz não foi suficiente para iluminar o que se poderia ver, para além disto, o flash estava posicionado à esquerda da câmara, apontando para a direita, portanto, mesmo que iluminasse o fundo, ele não seria apanhado na imagem.
Obtive uma fotografia das mãos com o fundo negro, onde eu tencionava colar uma foto da Lua.
Como não tenho equipamento que permita fotografar a Lua com esta resolução, fotografei uma imagem da Space Division da North American Rockwell Corporation, que tenho numa publicação sobre a ida à Lua.
Recortei a Lua desta segunda foto e colei-a na primeira, mas o resultado não foi o esperado, devido àquela caraterística que o preto tem, de aparecer cinzento quando está iluminado.
Optei pela solução explicada na imagem seguinte.
Recortei as três peças, prendi-as com arames que entalei em livros, mas os livros estavam cobertos com um pano preto (que não aparece na ilustração), através do qual passavam os arames. Coloquei o candeeiro, que iluminou as peças, numa posição quase vertical a apontar para baixo e de forma a não incidir luz no pano de fundo. A moeda de 50 cêntimos serve para termos uma ideia do tamanho das peças.
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José Maria Silva
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A fotografia é, de facto, um mundo fascinante, onde cabem verdade e ilusão em partes iguais. Está muito giro!
Fantástico, está fantástico!