Clara Pinto Correia

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Professora universitária, bióloga, escritora e historiadora da ciência portuguesa, viveu vários anos da sua infância em Angola, onde o pai, professor de Medicina, cumpriu o serviço militar como médico durante a Guerra Colonial e onde nasceria a sua paixão pela Biologia.
Foi uma excelente aluna, primeiro no Liceu Francês Charles Lepierre, depois no Liceu Rainha D. Leonor.
Sonhando ser, um dia, Park Ranger numa reserva africana (na National Geographic, fascinavam-na particularmente as fotos de Jane Goodall com os chimpanzés), foi estudar biologia para a Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa. Terminada a licenciatura em 1984, integrou no ano seguinte o corpo docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa como assistente estagiária de biologia celular, histologia e embriologia e, simultaneamente. Prosseguiu a carreira universitária e de investigação no domínio da Embriologia no Instituto Gulbenkian de Ciência e nos Estados Unidos da América.
Em outubro de 1992 obteve, com distinção e louvor por unanimidade, o grau de Doutor em Biologia Celular pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto.
Em 1996 criou a licenciatura em Biologia e o mestrado em Biologia do Desenvolvimento na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias onde é atualmente professora catedrática.
Figura sui generis do panorama atual da literatura portuguesa, quer pelo seu estilo de escrita, quer pelas áreas da sua produção, é autora de uma vasta obra com que inclui ficção, literatura infantil, ensaios, biografia, crónicas de opinião, divulgação científica e estudos de História da Ciência.
A sua estreia literária deu-se em 1984, com o romance “Agrião”, mas a popularidade veio com o romance “Adeus Princesa”, em 1985, sucesso transposto para o cinema, uma narrativa policial, que tem por tema um crime passional e no qual retrata a alma da juventude do Alentejo no final da tentativa de Reforma Agrária. A consagração máxima deu-se depois da publicação do folhetim “E se tivesse a bondade de me dizer porquê?”, em coautoria com Mário de Carvalho, numa obra em que os dois escritores são responsáveis por capítulos que se intercalam, sem nunca se encontrarem. Destacam-se ainda: na ficção, “Ponto Pé de Flor” e “Mais que Perfeito”; na literatura infantil, “Quem Tem Medo Compra um Cão”, “A Minha Alma Está Parva” e “A Ilha dos Pássaros Doidos”; na divulgação científica, “Os Bebés-Proveta” e “Clonai e Multiplicai-vos”.
Apresentou programas de ciência e cultura em rádio e televisão, nomeadamente: “Música para camaleões”, em 1986 (Rádio Comercial); “Rumo à lua”, em 1996 (RTP 2); “Morfina”, em 1999 (CNL); “Travessa do Cotovelo”, em 2001 (RTP 2). Colaborou com várias publicações periódicas como O Jornal, Jornal de Letras, Visão, Diário de Notícias.

 

Consulte aqui a bibliografia.

 

Canto lusófono

Como esta viagem que nos fez não tem regresso
Hoje só nos restam as cartas do futuro
Onde nunca mais possa vir prender-te o peso
Das amarras antigas vestidas de escuro

Tu que só aceitas navegar em segredo
Pois só no fim do mar que não queira ter fundo
Poderá naufragar o sal do nosso medo

És madrasta ó mãe que não nos deixas deixar-te
Para nós criaste as regras certas da arte
De prometer tantas promessas não cumpridas

É pelos teus sonhos que há sempre alguém que parte
E é pela tua voz que voltamos para amar-te
Ai Portugal que voltas deste às nossas vidas

 

MJLeite

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