A Resistência do Ar e a Gravidade
Já nos apercebemos que nem tudo o que cai em direção ao solo se desloca à mesma velocidade.
Faça a seguinte experiência: Utilize duas folhas de papel iguais, mesmo formato e mesma gramagem, A4 por exemplo. Amarrote só uma delas, apertando-a bem, tentando fazer uma bola com a menor dimensão possível. Com uma folha em cada mão, suba ao ponto mais alto que conseguir, mas dentro de casa, para evitar correntes de ar (pode ser em cima de uma cadeira), afaste as mãos uma da outra e largue as folhas ao mesmo tempo. Observe qual delas chega primeiro ao chão e repita a experiência a partir de alturas diferentes.
A Resistência do Ar pode ser insignificante, mas nada tem a ver com os 70 ou 80 gramas por metro quadrado do papel. É na forma que reside a diferença. O ar é composto por moléculas de água, oxigénio, azoto, dióxido de carbono e outros gases em pequenas quantidades. Para que um objeto caia, as moléculas do ar são afastadas. Quanto maior for o objeto que cai, maior será a lentidão com que as moléculas de ar se afastam e mais lenta será a sua queda. Mas no vácuo, a situação é diferente:
Se a forma dos objetos for igual, podemos esquecer o valor da massa. Galileu antecipou uma experiência igual à que foi realizada pelos astronautas norte-americanos, com um martelo e uma pena, que caem ao mesmo tempo, e que a velocidade da queda só depende da altura:
Observe-se o exemplo seguinte:
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Simon Stevin, cientista holandês precursor de Galileu terá feito experiências semelhantes às que são atribuídas a Galileu (bala de canhão e de fuzil deixadas cair do alto da Torre de Pisa). O físico italiano terá tomado conhecimento delas e a partir daí deu início às suas experiências com esferas em planos inclinados, formulando os princípios matemáticos daquilo que seria mais tarde a primeira Lei de Newton.
Galileu, que nasceu em Pisa no ano de 1564, foi físico, matemático, astrónomo e filósofo. Personalidade fundamental na revolução científica, viria a ficar conhecido como “o pai da Física Matemática” e do método científico.
Calculou o peso do ar, que é 760 vezes mais leve que a água, embora os estudiosos da época, sem apoio experimental, achassem que não tinha peso nenhum.
Na Universidade de Pádua, onde foi professor durante 18 anos, chegou a ter 2000 alunos na sua aula magna.
Não inventou o telescópio (embora o termo seja italiano), mas melhorou-o consideravelmente e graças ao seu uso descobriu a Via Láctea, os satélites de Júpiter e as crateras da Lua. Passou a defender o Sistema Heliocêntrico de Copérnico, no qual a Terra não era (afinal) o centro do Universo. Esta heresia fê-lo comparecer por duas vezes perante os tribunais da Inquisição, pois a Igreja considerava o “copernicanismo” apenas uma mera hipótese, mas Galileu considerou-o uma cosmovisão verdadeira.
Foi preciso esperar pelo ano 2000 e pelo Papa João Paulo II, para que a Igreja Católica emitisse um pedido formal de desculpas pelos erros cometidos nos últimos 2000 anos, incluindo o julgamento de Galileu pela Inquisição.
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Bibliografia:
– Orrit, Roger Corcho (2012), Galileu, O Método Científico, Edição Especial National Geographic: RBA Portugal 2016
Agradecimentos:
Professor Mário Barreiro.
JML
Classificado em: Agenda Científica, Divulgação
Um resumo esclarecido e simples. Parabéns.