Ainda a Feira Saloia

Conforme já noticiado, no dia 26 de maio a Escola Básica Integrada de Colares organizou uma Feira Saloia com o propósito de celebrar e homenagear as suas gentes e costumes. Um dos lemas da festa baseou-se na famosa letra/canção do poeta Cavador, José Fernandes Badajoz – Não é vergonha ser camponês. Foi um dia memorável pela emoção latente entre várias gerações de fregueses que, vestidos a rigor, foram disfrutando de todas as particularidades da Feira. Atrações foram diversas, do porco no espeto aos passeios de burro, atravessando todo o tipo de doçaria. O momento alto e verdadeiramente emocionante, foi a homenagem realizada pelos alunos do pré-escolar e do primeiro ciclo, ao poeta Cavador. Em uníssono com pais, avós e o acompanhamento dos professores do 1º Ciclo e Sofia Loureiro, da mãe e avó, Graça Pedroso, e do grupo de Reformados e Pensionistas do Mucifal, cantaram-se e dançaram-se músicas e danças típicas da região Saloia. A escola estava repleta de afeto e gente amiga. Éramos praticamente um milhar de pessoas, de professores, a funcionários, as dezenas de alunos e familiares, as duas associações representantes de pais, todos em comunhão. Com um único propósito, dizer presente. A escola cumpriu uma das suas principais missões, formar cidadãos plenos, orgulhosos das suas tradições e dos seus antepassados e capazes de projetar um futuro sem ruturas geracionais. Um agradecimento geral a todos os que ajudaram e contribuíram para fazer desta Festa um sucesso absoluto. Muito obrigado e para o ano cá estaremos com a mesma energia e o mesmo sentido de missão. Valorizar a escola e a sua comunidade.
Nuno Cabanas - Coordenador da EBI de Colares

O CAVADOR

Mal que rompe a madrugada

Ponho ao ombro a minha enxada

Vou para o campo trabalhar.

É assim a minha vida

Porque gosto desta lida

Nunca a poderei deixar.

Quem no campo labutar

É que sabe avaliar

O que custa a nossa arte

Quem o trabalho conhece

Vê que o cavador merece

Elogio em toda a parte.

 

Refrão

O pobre trabalhador

Passa a vida atribulada

Desde manhã ao sol – pôr

A puxar pela enxada.

Sempre, sempre a trabalhar

É assim nosso viver

Se não podemos ganhar

Já não temos que comer.

 

Há quem diga por supor

Que o pobre trabalhador

É rude e não sabe nada

Que é uma ideia embrutecida

Pois somente leva a vida

A puxar pela enxada.

Sabemos compreender

Que é bonito saber ler

E que é bom ser educado

A sorte é que nos ilude

Mas não tem nada ser rude

Para ser homem honrado.

Letra: José Fernandes Badajoz

Música: Duarte Machado

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