O Saloio e a Estética Existencialista

Importante ou tão-somente irrelevante, opto por Ser em palavras, por Ser em querer, por Ser em Saloio… Saloio no momento, no tempo, na arte, na vida.

Quando uma Escola reúne e chama a si uma comunidade com legado de pertença e tradição, cultura e entrega, não será atrevimento ser-lhe reconhecido para além de intervenção educativa, um humilde serviço Estético.

O Ser (Saloio) só faz sentido na íntima envolvência emotiva de olhar a Vida. É na inevitável necessidade de a sentir que se se lhe aufere um domínio transcendental indiscutível. O Homem, na medida em que se permite completar com o absoluto do Ser (Saloio), aproveita e desfruta de todas as fragrâncias vivenciais que em si residiam mas que estavam ocultas e muitas vezes reféns de critérios sistémicos fruto de subjetividades temporais.

Viver a Feira Saloia foi, neste sentido, o “re-conhecer” uma dessas fragrâncias, uma dessas “coisas” que não se descrevem ou se querem descritas. Que se sentem, como quem dá sem aguardar algo em troca… Arte? Estética?

Quem verdadeiramente gosta do que observa, nisso se reconhece e se “re-encontra”, porque em si mesmo já se encontrava. É precisamente a este nível que o mistério da vida se confunde com o mistério do Ser (Saloio). É nos cantos e recantos dos inexplicáveis gostos de cada um que, a perceção que se tem do Ser (Saloio) e da vida, é permitida a existência do Homem, no encontro entre o sujeito e o seu próprio reconhecimento. Dito de outra forma, uma vida só o é se existir, o que por sua vez implica que alguém a reconheça e se sinta abraçado emocionalmente.

Há quem lhe chame encontro com a felicidade…

Em Ser (Saloio)??!!

Em Ser. Os muitos e os poucos, os problemas e as alegrias, as privações e os excessos, as vitórias e as derrotas, mas com um fim claro, autêntico e genuíno de entrega e de superação do real.

Ser Saloio??!!… Que seja.

Somente no mais puro e desprendido sentimento interior, a nossa existência tem início. É neste reconhecimento da Vida, que nos reconhecemos realmente como Homens.

O essencial da Vida não se pode confundir com os problemas formais do acessório. A Vida não é para ser observada de fora para dentro, passando para a dianteira as considerações menores da superficialidade do pensamento fácil, em contraste com a essência do Ser do absoluto. As tentações da emoção fácil não passam de necessidades de entusiasmo vital, que se confundem com elementos artificiais de carácter formal.

Recusar o Ser como espaço de excelência, de libertação e de afirmação do Homem, revela-se inevitavelmente numa atitude de negação evidente do Ser (Saloio), do Ser-Estético.

Bem-haja todos os que São e Somos, no compromisso da verdade, na luta pela condição irrefutável da condição estética do Existir – a Liberdade.

João Trigo
Imagem adaptada de
https://cintraseupovo.blogspot.com/2015/10/o-trajo-saloio-ou-o-trajar-de-um-povoas.html

					
					

					
				

2 comentários para “O Saloio e a Estética Existencialista”

  1. João, parabéns pela eloquência da tua escrita e pela forma como enalteces o conceito de “Ser”!

  2. Um texto sentido, forte, emocional que nos reforça como comunidade. Parabéns amigo João.

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