Ranking de escolas 2009/10, o melhor resultado de sempre
Os rankings de escola fazem 10 anos de existência. As suas virtudes estão hoje muito longe dos objectivos inicialmente traçados pelos seus mentores. Não há apoios concretos e sustentados às escolas em maiores dificuldades, como consequência destes resultados. Não há novidades no que respeita à diferença existente entre o litoral e o interior do País e não há novidades no topo das escolas públicas, ontem como hoje, temos; Coimbra, Porto e Lisboa. Não há ainda nenhuma novidade no que respeita à diminuição do peso das escolas públicas no grupo das 50 melhores. Em 2002 tínhamos 30 públicas nas 50 melhores e em 2009/10 apenas 13. Novidade é existir uma escola de Sintra nessas 50 melhores.
Os meus sinceros parabéns à Escola EB2+3 de D. Pedro – IV, em Massamá. Sou dos muitos que reclama mais indicadores para a análise das escolas, restituindo a muitas delas a dignidade e a qualidade que lhes é devida. Número de alunos apoiados pela acção social escolar, escalão A e B, nível de escolaridade das famílias, taxas de abandono escolar e de insucesso escolar, são indicadores de elevada objectividade e de muito fácil acesso, que permitiriam sinalizar as muitas e reais diferentes entre todas as escolas.
Internamente a análise dos resultados dos Exames Nacionais serve e servirá para nos ajudar reflectir sobre as nossas práticas e paralelamente para definirmos objectivos cada vez mais ambiciosos que nos estimulem.
A comparação absoluta dos nossos resultados ao longo dos anos e a comparabilidade da nossa posição relativa, são os principais pontos de análise. A divulgação do Ranking das escolas básicas de 2009/10 comprova aquilo que se deduzia pelos resultados dos exames Nacionais de 9ºano. A média há 5 anos era de 2.64 (Mat e LP) e todos os anos tem vindo a melhor de forma moderada mas consolidada, este ano alcançamos 2.99 e o objectivo pretendido até 2013 será 3.15. Numa análise comparativa este resultado permite-nos estar em 5º lugar nas escolas públicas do Concelho de Sintra e em oitavo no total de públicas e privadas.
No cenário nacional estamos num muito agradável 312 posição em 1295 escolas / agrupamentos. A ambição para 2013 será permanecer nas cinco posições cimeiras ao nível concelhio e entrar nas 300 de âmbito Nacional. É com muita satisfação e orgulho, que observo a trajectória ascendente que, teimosamente temos vindo a trilhar.
Todos os objectivos definidos são exequíveis e alcançáveis, e como diria António Gedeão, no seu magnífico poema, Pedra Filosofal.
Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.
eles não sabem que o sonho
é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre e sedento,
de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo movimento.
Eles não sabem que o sonho
é tela, é cor, é pincel,
base, fuste, capitel,
arco em ogiva, vitral,
pináculo de catedral,
contraponto, sinfonia,
máscara grega, magia,
que é retorta de alquimista,
mapa do mundo distante,
rosa-dos-ventos, Infante,
caravela quinhentista,
que é cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
passarola voadora,
pára-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno, geradora,
cisão do átomo, radar,
ultra-som, televisão,
desembarque em foguetão
na superfície lunar.
Eles não sabem, nem sonham,
que o sonho comanda a vida,
que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
Por Nuno Cabanas
Classificado em: Editorial
A insistência em aferir a qualidade das escolas através das notas dos exames de Matemática e LPO não anda longe de um diagnóstico clínico feito com base na tensão arterial. Não quero com isto dizer que não nos devemos congratular e felicitar os nossos alunos por termos uma tensão boa. Quero antes dizer que a avaliação das ecolas, como referiu o Sr. Director deve passar por muitos outros indicadores. Um deles seria seguramente a realização de exames a outras disciplinas que integram o currículo, como as línguas, as ciências, entre outras…
No entanto, a melhoria dos valores da nossa tensão arterial não deixam de constituir um indício de que o estado da nossa saúde melhorou, que estamos a trabalhar no bom sentido e que os frutos desse trabalho começam a ser vísiveis.
Aos pouco, e em diversos planos vamo-nos assumindo como uma escola de qualidade.
Parabéns a todos.
Li com muito prazer este artigo do Dr. Nuno Cabanas,
e gostaria de dizer que, não obstante o nosso lugar no ranking reflicta o esforço e empenho conjugado de todos quantos fazem parte desta comunidade educativa, e por isso estão todos de parabéns, a verdade é que estes resultados reflectem, sobretudo, uma visão do nosso Director. Que considerou estes resultados possíveis de alcançar no curto prazo, quando muitos de nós, pelo contrário, os considerávamos bastante improváveis. Eu fui uma dessas cépticas que, ambicionando padrões de qualidade na formação dos alunos e resultados médios de avaliação mais elevados, considerava não ser possível inverter, no curto prazo, antes de 2012, uma tendência de resultados de avaliação que nos impulsionassem nos rankings (mesmo sabendo que eles valem o que valem). Felizmente enganei-me e razão tem o nosso Director em sonhar como sonha. Porque com o seu sonho e a sua visão têm conduzido este barco no bom sentido, contra ventos e marés e contra “velhos do Restelo”. Por isso, aqui estou eu a assinalar, com muita alegria, publicamente, a minha condição de geronte, muito embora não seja natural do Restelo.
Muitos Parabéns!!!!!