Celebrar a Primavera

Os formandos dos Cursos de Educação e Formação de Adultos – 12.TCA, 12.TAR e 12.TSF e 12.RH – organizaram, no passado dia 8 de abril, pelas 21 horas, um convívio entre os vários elementos da comunidade escolar em Santa Maria– formandos, funcionários e formadores.

O pretexto foi a Celebração da Primavera e, a este propósito, foram expostos cartazes, folhetos e outros materiais, produto de um trabalho prévio de produção e recolha de informação alusiva ao tema, contemplando várias artes e vários autores:

– na poesia – Sophia de Mello Breyner, Camões, Bocage, Miguel Torga, Pablo Neruda, Cecília Meireles, Eugénio Tavares;

– na música –Tchaikovsky, Vivaldi, Stravinsky, Beatles, Frank Sinatra;

– na pintura – Botticelli, Van Gogh, Rubens;

Foram ainda expostos materiais relativos a vários rituais ligados à Primavera e à Páscoa em zonas tão diferentes como Sintra, Cascais, Idanha-a-Nova, Guarda, Alentejo, Cabo Verde, Guiné-Bissau.

Esta foi uma atividade organizada no âmbito da unidade de formação Cultura, Língua e Comunicação 7 (CLC) dos Cursos EFA.

Deixamos aqui um pequeno excerto de “Primavera” de Cecília Meireles:

 

A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.


Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

 

(…)

 

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

 

 

Maria José Ferreira

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