O Ponto Cego

Artigo repescado do Chão de Areia em papel, publicado em dezembro de 2005, reescrito e redesenhado agora para a versão digital.


Objetiva é aquela parte da máquina fotográfica, que está à frente e é constituída por lentes. A nossa visão é, como todos sabemos, subjetiva, ou seja, percebemos aquilo que vemos, de acordo com um infinidade de fatores, desde os nossos próprios conhecimentos e crenças, até às emoções do momento, sem esquecer, naturalmente, a quantidade de luz captada. A Atenção e a Concentração também têm alguma responsabilidade naquilo que queremos ver e nos detalhes que captamos. Isto tudo quer dizer que o nosso cérebro nos engana, pois ele é muito mais esperto do que nós próprios temos consciência… e é mesmo difícil apanhá-lo a enganar-nos, mas por vezes consegue-se.

Todos temos um ponto cego em cada olho, não é um defeito, é uma caraterística. O ponto onde o nervo ótico liga à retina é desprovido de células sensíveis à luz, tanto de cones, como de bastonetes, significa isto que não vemos nada nesse sítio, mas o cérebro encarrega-se de completar a imagem, como se este ponto não existisse. Vai buscar a informação vinda do outro olho (sim, felizmente um dos olhos capta a zona correspondente ao ponto cego do outro) ou, se a outra vista estiver fechada ou não funcionar, ele simplesmente inventa a imagem correspondente à mancha invisível com base nas informações obtidas pelas células que circundam o ponto cego.

Terá de decorar os procedimentos antes de os executar. Leia primeiro e depois faça a experiência. Coloque a imagem do início do artigo, de forma que a árvore fique alinhada com o olho direito, mesmo em frente deste. Tape ou feche o olho esquerdo e fixe a casa, terá de olhar ligeiramente para a esquerda, a seguir afaste a cabeça para trás, sempre com o olhar fixo na casa, verá desaparecer a árvore. Não faça batota, é preciso resistir à tentação de olhar para a árvore pois se o fizer, ela não desaparece. Continuando a afastar-se, volta a aparecer.

Se adaptar o exercício para o outro olho, alinhando a casa com o esquerdo e olhando para a árvore, é a casa que desaparece.

Neste exemplo são apenas linhas quebradas com as cores do arco-íris, mas a área do retângulo podia ser um campo com flores ou uma paisagem, que o resultado seria o mesmo.

Naturalmente, o sucesso da experiência e a distância necessária para que um dos elementos desapareça, depende do tamanho do monitor que estiver a utilizar.

Mais informações sobre o Ponto Cego em:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ponto_cego

Quem pretender mais informações sobre a fraca resolução da nossa visão periférica pode consultar o artigo “Como Se Fez – Pena”, onde deve procurar o parágrafo acima do link para a “Visão 20/20”:

https://chaodeareia.agml.net/2015/06/como-se-fez-pena/

JML

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